quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O último Natal

Pai Nosso, que estais no Céu
Santificado seja o Vosso Nome.

         Madrugadinha abafada de 28 de dezembro de 1962. Fazendo um baita esforço o velho gaúcho lentamente se acomodou  ao lado do motorista da camionete e, cabisbaixo, relutou olhar para os lados. Não tinha coragem.
       Coragem? Coragem era um predicado que nunca antes tinha lhe faltado. Entretanto, naquele momento sabia que deixava para trás os retalhos de uma vida marcada pelo trabalho pesado, lutas, dissabores, realizações e sabe lá Deus mais o quê.
       Mas era tão difícil não olhar que não aguentou  Instantes depois, como a desafiar a si mesmo, pousou os olhos na velha casa de madeira; seu castelo, o baluarte de um sonho iniciado no “osso do peito” décadas atrás.
       Da construção original, lembrou, somente havia trocado o telhado, inicialmente feito com tabuinhas lascadas. Que trabalheira deu! Na varanda viu com tristeza a mulher, a velha e tão amada companheira de todas as horas. Contemplou à distância os filhos e as noras se despedirem da parentada, da vizinhança e do compadre Vitorino, o novo dono do lugar. Estava de mudança, a primeira e a última que faria na vida. Estava de muda, de “mala e cuia”, para o Oeste do Paraná.
       O que mais lhe doía era o fato de não ter tido condições financeiras para segurar os filhos junto a si. O dinheiro sempre fora pouco, contado. O pedaço de terra, comprado há mais de trinta anos - cerca de cinco alqueires - não dava mais para o sustento da agora numerosa família. Eram no total sete filhos, sendo que os dois mais velhos tinham casado e, sem condições, se obrigaram a trazer as mulheres para debaixo do teto dos pais, como era costume. Bem sabia que não tinha alternativa alguma, pois a terra, além de “dobrada”, era pouca para tantas bocas.
       Pensava, remoía e antevia um futuro incerto para todos. Andava meio desnorteado. E assim foi até que um dos filhos trouxe a notícia da existência de um novo loteamento que estava sendo aberto no Oeste paranaense, num lugar chamado Santa Helena. Diziam ser terra boa, plana, escriturada e, o que era mais importante, barata.
       De início recusou a idéia. Deixar o Rio Grande, nunca! Ali nasceu, foi guri de estilingue e bornal,  frequentou o primário e ali se casou e criou os filhos. Imagine só ter que abandonar o rincão! Nem morto!
       Mas, sabe como é que é, a gente faz um plano, Deus faz outro e assim vai. A coisa foi apertando e o velho cerne, acuado, não teve outro jeito. Obrigava-se a ceder às evidências. Falou com a mulher, ponderaram e acabou concordando – e o coração pisado, pisado! Três semanas se passaram e o velho embarcou em caravana para Santa Helena. Viagem longa, mas absolutamente necessária. Queria conhecer de perto o local onde iria abrigar sua família e encerrar os seus dias. Pouco tempo depois estava de volta, com os papéis assinados e um sorriso amarelo na cara.
       Para a família reunida relatou que lá seria difícil num primeiro momento; tinham que começar do zero. A terra era fértil, de primeira, coberta de mato e com boas aguadas. De comodidade faltava quase tudo: de estrada a hospital! Ia ser duro, mas dava para encarar. Naquela mesma tarde falaria com o compadre Vitorino e fecharia negócio, conforme o combinado. E o combinado nunca é caro.
       Deus bem sabia que não era homem dado a queixumes, aprendera desde muito cedo a se virar com nada ou quase nada. Nunca lhe faltou coragem para enfrentar o serviço, por mais pesado que fosse. E não era só ele; a mulher também não era de se entregar por qualquer bobagem. Dos filhos, nem se fale, não tinha reparo, mesmo porque foram criados na lida, pelo exemplo e educação emanada dos pais. Assim sendo, viesse o que viesse eles dariam conta!
       Para a tradicional comilança de Natal que se aproximava matou dois porcos bem criados, fez embutidos, fritou a carne e colocou-a em latas cheias de banha. Essas iam para o Paraná juntamente com o cachorro paqueiro, ferramentas, alguma mobília essencial, roupas, utensílios de cozinha e objetos pessoais. Caso pudesse levar também o ar, as nuvens, os morros, o parreiral e o cheiro da terra, ele levaria!
       O último domingo antes da viagem foi reservado para um churrasco de patrão. Convidou parentes, amigos e vizinhos.  Era domingo de Natal, o último pisando naquele chão batido do quintal. O dia foi passando com ele ouvindo os acordes e lamentos de uma gaita bem tocada. Nem o bom vinho caseiro amenizava a dor e saudades antecipadas. No final da tarde, meio zonzo, cantou com sua voz grave canções que vinham desde a infância. Cantoria dos bons tempos de coral da antiga igreja entre os montes. Chorou, abraçado aos filhos e à velha companheira. Mas te pergunto: quem não choraria?
       Mesmo segurando o tempo com as duas mãos chegou a fatídica quarta-feira e com ela a hora da partida. Era escuro ainda quando acendeu pela última vez o tão usado fogão a lenha. Esquentou a água e preparou o chimarrão. De chaleira e cuia na mão foi para fora e sentou-se na escada. Fitava tudo com extremo cuidado, como a querer guardar cada detalhe bem lá no fundo da alma. Chorou novamente. Minutos depois estavam todos de pé, silenciosos em seus últimos afazeres.
       Um derradeiro adeus e puseram o pé na estrada. A poeira levantada pela camionete e pelo caminhão carregado com as tranqueiras até que serviam de consolo ao impedir a visão de um lar que ia ficando no passado. Olhando fixamente para a estrada à sua frente o velho gaúcho fez um juramento em silêncio: nunca, nunca mais voltaria! Doía demais! Meu Deus como doía!
       Passou aquele fim de ano em Santa Helena, em casa de estranhos. Fincou novas raízes, aprendeu a gostar do lugar e por aqui se aquietou.
       Nos anos seguintes celebrou outros tantos natais, mas na lembrança voltava ao velho quintal em Tucunduva. Revivia 1960 e o último Natal ali passado. E todas as vezes se pegava com os olhos cheios d’água. 
       Viúvo viveu de teimoso até que o Patrão do Céu veio buscá-lo em setembro de 2001. Tinha oitenta e nove anos bem vividos. O velho cerne levou à risca, amargurado até o último, a promessa que havia feito ao deixar o velho rancho em Tucunduva. Nunca mais voltou! Quem sabe agora, ao lado do Patrão Celestial,  pudesse reencontrar o ar, as nuvens, os morros, o parreiral e o cheiro da velha terra. Quem sabe... Pai Nosso Que estais no Céu...

José Augusto Colodel
Historiador
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http://jaccolodel.blogspot.com/

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Plano Nacional de Cultura

Então corra, porque a Coluna vem aí!
No dia em que Foz do Iguaçu caiu sem que se disparasse um tiro sequer.


1924. Revolucionários no Marcos das Três Fronteiras, em Foz do Iguaçu.


O furdunço começou em 5 de julho de 1924, quando explodiram diversas revoltas militares por todo o Brasil.
            Para um grupo de oficiais e soldados o negócio era a derrubada do mineiro Arthur Bernardes, “eleito” Presidente da República nas eleições de março de 1922.
               Era tempo da política do “café com leite”, quando as elites políticas e econômicas de São Paulo e Minas Gerais mandavam e desmandavam, revezando-se na escolha do candidato à presidência do Brasil. Escolhiam, impunham e ganhavam.
Do outro lado, naquele pleito, numa espécie de frente de oposições, estava o advogado carioca Nilo Peçanha. Assumiu a presidência da república após o falecimento de Afonso Pena, em 14 de junho de 1909, e governou até 15 de novembro de 1910. Talvez o único mulato presidente do Brasil. Sua candidatura era apoiada pelos estados do Rio de Janeiro, de Pernambuco e da Bahia.
            Como era jogo de cartas marcadas, a oposição perdeu e explodiu então a rebelião, em gestação desde a fracassada revolta dos 18 do Forte de Copacabana.
A revolta militar teve início em São Paulo e naquela cidade os revoltosos ficaram dezenove dias, depois do que tiveram que fugir para poupar a população civil do mortal bombardeio da artilharia e dos aviões do governo.
Saindo da capital paulista a já batizada “Coluna Paulista” se dirigiu para o interior. Acossados, em menor número, os rebeldes foram derrotados em Três Lagoas (SP) e não tiveram outra escolha senão entrar em território paranaense.
No Oeste do Paraná pretendiam instalar o seu “Estado Livre do Sul” e aguardar reforços dos revolucionários gaúchos. Assim foi feito e a Coluna Paulista se estabeleceu na região
            Enquanto isso, lá no Rio Grande do Sul, mais precisamente na cidade de Santo Ângelo, um capitão de engenharia também se rebelou e aderiu à revolução – ou golpe militar? Seu nome: Luís Carlos Prestes. No comando da “Divisão Rio Grande” combateu com maestria e tenacidade as tropas bernardistas, superiores em número e equipamentos. A exemplo dos paulistas foi obrigado a recuar sob pena de destruição. Prestes atravessou parte do Rio Grande, o Oeste de Santa Catarina, o rio Iguaçu e veio dar no Oeste paranaense.
Luís Carlos Prestes (1898-1990).

Aqui chegou em abril de 1925, no exato momento em que as tropas revolucionárias vindas de São Paulo eram obrigadas a abandonar a região e seguir em direção ao Paraguai, após serem derrotadas em Catanduvas.
Entretanto, antes da derrota em Catanduvas e da chegada dos revolucionários gaúchos, muita coisa acontecera.
            No Oeste paranaense a idéia da Coluna Paulista, após ter deixado São Paulo, era a captura da cidade de Guaíra, sede da Companhia Mate Laranjeira, e dali descer em direção a Foz do Iguaçu. Antes, para ter uma base de apoio, tomaram o Porto São José, em 31 de agosto de 1924; a primeira localidade paranaense a cair nas mãos das tropas revolucionárias.
            Em Guaíra estavam aquartelados oitenta soldados do governo, comandados por um tal de Dilermano de Assis. Os rebeldes atacaram por terra e pelo rio Paraná. Venceram de vereda, pois antes do combate decisivo tiveram a sorte de aprisionar uma lancha da Mate Laranjeira, pilotada por um paraguaio. Interrogado, abriu o bico e contou tudo o que sabia; inclusive que havia sido colocada uma poderosa bomba (mina) no meio do rio e que, amarrada com arame, explodiria ao menor contato. Entregou também o código luminoso secreto que permitia somente as embarcações da empresa entrar livremente em Guaíra.

Soldados revolucionários em Foz do Iguaçu, 1924.

            Daí foi moleza. Tendo conquistado Guaíra, os revolucionários margearam o rio Paraná e capturaram Porto Mendes e o Porto São Francisco, no dia 15 de setembro. No dia 19 ocuparam Porto Britânia. Dali, uma parte das tropas foi mandada para a região de Catanduvas. Quem seguiu adiante, rumo a Foz pelo rio, foi uma pequena patrulha de dez homens, de barco, comandados por Juarez Távora.
            A patrulha avançou com todo cuidado e ao longe pode avistar o porto de Foz do Iguaçu. Como não encontrou resistência, Juarez ordenou que a lancha atracasse e que seus homens subissem em direção à cidade, tomando todas as precauções. Não foi para sua surpresa que ele não encontrou viva alma pelo caminho. O que lhe chamou a atenção foi o movimento no único edifício de alvenaria construído na cidade. Pensou que iria encontrar resistência, mas que nada! Para sua surpresa e alegria, o motivo da aglomeração era o velório de uma velha que havia morrido na véspera e que estava sendo “guardada” na cadeia local.

Tenente Cabanas (1895-1974).
            A cidade estava às moscas. Tudo obra do tal Dilermano que, tendo fugido de Guaíra, embarcou no vapor “Iberá”, em Porto Mendes. Ao aportar em Foz espalhou aos quatro cantos a notícia de que estava sendo perseguido por grandes forças e que os revolucionários estavam destruindo tudo pelo caminho. Pior ainda, vinham atropelando, degolando os soldados e civis inocentes que encontravam! Foi a conta! Pânico geral e todo mundo se bandeou para a Argentina, chorando e deixando para trás automóveis, cavalos e carroças, já que não haviam barcos suficientes para transportá-los. E Foz caiu, caiu sem que se disparasse um tiro sequer!
            Com a tomada de Foz do Iguaçu todo o Oeste paranaense ficou sob o controle das tropas revolucionárias por cerca de oito meses. Durante todo esse período cessou o comércio fluvial pelo Paraná, o que causou grandes transtornos para as populações ribeirinhas. Obrageros e capatazes também fugiram, temerosos de serem aprisionados pelos rebeldes.
Por terra ninguém se aventurava e a região ficou completamente isolada até o fim dos combates, em 29 de abril de 1925.
Anos depois vieram a Revolução de 1930, Getúlio Vargas, a tal da “marcha para o oeste”, as vendas de terras, negociatas, as companhias colonizadoras, migrantes gaúchos, catarinenses e nordestinos. Mas essa e uma outra história, uma história em movimento.

jacolodel@bol.com.br - historiador



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Na falta de hospital,
que tal o Hotel Webber?

Vista do primeiro hotel construído na cidade de Santa Helena. Tinha dois pisos e pertencia inicialmente a Antonio Thomé, que o vendeu naquele mesmo ano para Orlando Webber. A residência em primeiro plano pertenceu a João Marcelino Madalozzo.

            Já eram mais de três horas da matina e o lugarejo encontra-se profundamente adormecido e às escuras. Pelas ruas viva alma. Como pano de fundo, em sentinela, uma prateada e brilhante lua cheia - sonho de qualquer astrônomo amador.
            Nesse exato momento, diante da portaria improvisada do Hotel Webber, na pequenina cidade de Santa Helena, em plena Avenida Brasil, um colono esbaforido encosta a carroça. Acompanha-o a mulher, vinte e três anos e grávida de nove meses, na bica para ser mãe pela segunda vez. O marido, agitado pra chuchu, vem em busca de socorro médico naquela madrugada abafada do longínquo verão de 1963.
Havia chovido forte durante toda a manhã e parte do dia anterior e uma espessa e pegajosa camada de lama avermelhada cobria ruas e estradas, tornando-as praticamente intransitáveis. A bem da verdade, que se diga que até o momento em que as primeiras ruas da cidade foram asfaltadas, lá por meados da década de 1970, a lama e o pó se revelavam um tormento para o dia a dia da população local; principalmente para as donas de casa que sofriam derrota após derrota na inglória guerra de manter a casa limpa.       
Desde o ano anterior, 1962, Santa Helena era distrito de Medianeira e a principal avenida, a exemplo de tantas outras cidades do Oeste paranaense, fora batizada de Brasil. O núcleo urbano era parte do projeto colonizador levado a efeito pela Imobiliária Agrícola Madalozzo, com sede na cidade de Erechim, lá no Rio Grande do Sul. No vilarejo propriamente dito existiam poucas casas, na maioria moradias de madeira, muitas das quais erguidas pelas mãos de alguns hábeis carpinteiros tais como o Primo Alfredo Zanetti.
O Hotel Webber, também levantado com madeira de lei, foi construído e inaugurado em 1958. Pertenceu inicialmente a Antonio Thomé e em 1960 foi vendido para o comerciante Orlando Webber. Na primeira eleição direta para prefeito, em 1968, ele formaria chapa com Arnaldo Weisheimer, na qualidade de seu vice, sagrando-se vencedor daquele pleito.
            Além do Hotel Webber, existia na sede do então distrito o Novo Hotel Frank, também de madeira e dotado de dois pavimentos.  Após a criação e instalação do município ele foi alugado à municipalidade e abrigou durante algum tempo no andar térreo a Prefeitura e no primeiro andar a Câmara Municipal.
            - Desculpe seu eu te incomodo a estas horas, seu Orlando. O doutor Miguel se encontra? Ele precisa atender a minha senhora, que está para ter neném a qualquer momento. Depressa, por favor, que ela tá ali na carroça gemendo de dor. Nós ia se virar com a parteira, mas ela teve que acudir alguém lá pelas bandas de Sub-Sede.
            - Ele tá dormindo. O senhor aguarde aí que eu já vou chamá-lo.  Foi dito e feito.
            O Dr. Miguel Correia Martins foi o primeiro médico formado a se estabelecer em Santa Helena. Ele chegou nos idos de 1963, recém-casado e com o diploma fresquinho debaixo do braço. Até poder instalar-se em seu próprio consultório, ele clinicou regularmente ali mesmo no Hotel Frank. Atendia num quarto que para ele foi especialmente reservado. Quem o ajudava, fazendo o papel de enfermeira, era sua jovem esposa Alice.
            Pois é, foi naquele quarto de hotel, privado de quase todos os recursos e equipamentos, que os moradores de Santa Helena receberam os primeiros serviços de atendimento médico. Mas que não se enganem, pois ali foram realizados até mesmo procedimentos cirúrgicos complicados, tais como amputações, ataques de animais, facadas e a extração de projéteis de armas de fogo.
            Quando o caso era mais sério e requeria cuidados especiais, os pacientes tinham que se deslocar até Marechal Cândido Rondon. Naquela cidade eram atendidos no Hospital e Maternidade Filadélfia, inaugurado em 1954 e dirigido pelo doutor Freidrich Ruppecht Seyboth.
            Assim sendo, não era raro que o Dr. Miguel atendesse casos como esse e tantos outros madrugada afora. Já estava acostumado, dadas as dificuldades iniciais com que se deparava o jovem aglomerado urbano, carente de quaisquer comodidades. O fato de atender alguns de seus pacientes nas dependências do hotel não causava nenhum constrangimento. Para os moradores, o importante é que contavam regularmente com assistência médica qualificada, com um médico que residia permanentemente em Santa Helena. Verdadeira conquista quando quase tudo faltava e quase tudo era necessário.
            Para alívio de todos o parto transcorreu na mais perfeita tranqüilidade. Tanto o foi que algumas horas depois a paciente pode retornar para casa, toda enfaixada, em quarentena, carregando em seus braços uma rechonchuda garotinha, mais tarde batizada de Luiza. E quanto aos honorários médicos? Uma parte em dinheiro vivo e a promessa de que o restante seria pago dentro de algumas semanas, como de fato o foi. Acerto sem notas ou recibos, tudo no fio do bigode. Que saudades daqueles tempos quando a palavra de um homem valia muito mais do que qualquer documento!
            E quanto ao doutor Miguel Correia Martins? Bem, ele permaneceu clinicando em Santa Helena até o ano de 1975, quando se mudou para o Mato Grosso.
Antes disso, porém, ele fundou o Hospital Santa Helena, em sociedade com o Balduíno (Pitt) Dietrich. Construído defronte à Praça do Colono ele foi vendido em 1974 para os doutores Afonso Lanner, Edemar Stieven e Fernando Yamamoto, dando origem à Policlínica Santa Helena. Mas essa é uma outra história.


Vista parcial da Avenida Brasil, em 1962. Da esquerda para a direita: residências de Armando Cattani, Ângelo Cattani, Dionísio Pratti, Carlos Pomagerski e Theodor Schierholt.

jacolodel@bol.com.br - historiador

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Num tempo em que a
Ponte Queimada ainda era coberta
Até ser incendiada pela Coluna Prestes um abrigo seguro aos viajantes

       Fim de tarde frio, de tempo carregado e céu encoberto, lá por meados de junho de 1909. Pela picada sem cuidados, serpenteando a exuberante mata nativa, fechada e ainda praticamente inatacada, sacoleja um desajeitado carroção repleto de erva-mate. Vem puxado por uma junta de bois e tem na boleia dois mensus paraguaios - guaranis modernos que trabalham como peões numa das grandes obrages espalhadas pela Região Oeste. Mão de obra quase servil, tratada cruelmente, na base do winchester, do arreio e do chicote! 

Estado atual das raínas da Ponte Queimada
         Os moços haviam saído faziam dois dias da Central Barth e tinham destino certo: o porto fluvial de Santa Helena, na margem do rio Paraná e de propriedade de Domingos Barth. Dali a preciosa carga seria embarcada num dos vapores que semanalmente seguiam para o Corrientes ou Missiones, em território argentino.
       Vale dizer que por essa época e por muitos anos ainda a navegação pelo Paranazão era totalmente controlada pelos obrageros. Embarcação com bandeira brasileira por ali não existia! Já a Central Barth, uma espécie de depósito geral embrenhado em meio à floresta subtropical, era o local onde vários galpões de madeira armazenavam mantimentos e principalmente a erva cancheada, retirada nas redondezas. Ali estava a tão famosa central – ponto de apoio muito cobiçado pelos viajantes - localizada em terrenos que quase um século depois pertenceriam ao futuro município de Cascavel.
       Tanto o porto de Santa Helena e a Central, como o nome mesmo diz, também pertenciam ao obragero argentino Domingos Barthe. Seu único interesse, como o era o de todos os obrageros, era o lucro fácil obtido através da exploração das aparentemente inesgotáveis reservas de madeira de lei e de erva-mate do Oeste paranaense. Para tanto, desde o início do século XX, ele havia adquirido junto ao Governo do Estado do Paraná, a preço de chinelo, cerca de 60 mil hectares de terras. Gigante fundiário esse tal de Barth, com seu império se estendendo desde Guarapuava até o rio Paraná!
       Voltando àquela tarde, os mensus prosseguem em sua viagem rotineira, impotentes e humilhados pelos mecanismos de exploração e cobiça dos quais eram as maiores vítimas. Internados na mata úmida guiam o carroção em seu passo lento, cigarro de palha pendurado no canto da boca. Ainda estão distantes cerca de dois quilômetros do rio São Francisco Falso quando se veem debaixo de uma garoa enjoada, daquelas de encharcar as roupas e gelar os ossos.
       Chuvinha fina, acompanhada de um vento cortante que vinham em má hora. Chuva inconveniente, mas os paraguaios levam a sorte a seu lado, pois para atravessar o São Francisco fora construída a mando de Domingos Barthe uma imponente ponte de madeira, que ficaria conhecida para a história como “Ponte Queimada”. Ponte antiga, datada de 1900. Sólida, com pilares de pedra e bom madeirame, era o lugar ideal para passarem a noite, se protegerem da chuva, das cobras e das pintadas que perambulavam pela região.
       O manto negro celeste já reinava quando dão com a ponte – imagem silenciosa e tão bem vinda. Ali está ela, estranhamente iluminada. Encostam o carroção, desencilham os bois, dão-lhes de beber e comer e vão ao encontro da claridade mortiça. Adentram cautelosos e vislumbram dois outros paraguaios, proseando em guarani, chimarreando e fumando sob a luz de uma lamparina à base de graxa de capivara. Sossegam e relaxam os nervos. Na conversa entabulada descobrem que os outros fazem o caminho de volta, saindo de Santa Helena rumo ao encontro da ilex paraguaiensis, nosso ouro verde. Naquela noite não dormirão ao relento, mesmo porque a ponte é coberta em toda a sua extensão por um telhado, em duas águas, feito com tabuinhas lascadas.

Memorial homegeia a passagem
 da Coluna Prestes por Santa Helena


       Anos mais tarde o tal telhado, meio apodrecido e judiado pelos ventos, foi retirado e não mais colocado, para o desencanto dos mensus e dos raríssimos viajantes que percorriam a região e que careciam de abrigo.
       Quanto à ponte, a original foi deliberadamente queimada em 1924 pelas tropas da Coluna Prestes, derrotadas na batalha de Catanduvas e que se retiravam apressadamente do Oeste do Paraná, tendo em seus calcanhares os soldados do General Rondon. Cinco anos mais tarde, em 1929, a ponte foi reconstruída pela Companhia Espéria, dando tráfego regular até 1933, quando uma enchente a destruiu. Ela ficou no esquecimento até o ano de 1957, quando foi reconstruída pelo governo paranaense. Em 1970 passou por reformas que visavam torná-la mais segura. Para tanto, seus pilares foram levantados em 80 centímetros. Meses após a reforma desabou sob o excesso de carga e má construção. Sofreu então a sua última restauração, levada a cabo pelo Departamento de Rodagem. Finalmente, em 1982, com a criação do reservatório da Itaipu Binacional foi desmantelada e definitivamente abandonada. Nas proximidades foi erigida uma nova ponte, de concreto, que desde então vem sendo utilizada.
       Vem daí que da velha ponte, coberta com tabuinhas, abrigo histórico e seguro para os mensus e viajantes que palmilhavam o Oeste paranaense, sobreviveram somente as ruínas solenes de seus vetustos pilares de pedra.
José Augusto Colodel
Historiador

sexta-feira, 22 de outubro de 2010


OESTE PARANAENSE
BIBLIOGRAFIA SUMÁRIA

*ABREU, Candido Ferreira de. Colônia Militar do Iguassú – 1905. In: Boletim do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Paraná – IHGEPR. Curitiba, 1974. v. 22. pp. 129-135.

*ANDRADE, Theophilo. O rio Paraná no roteiro da Marcha para o Oeste. Rio de Janeiro: Ed. Irmãos Pongenti; Zelio Valverde, 1941. 165 p.14

*ARRUDA, Gilmar. História, historiadores, regiões e fronteiras. História: debates e tendências. Passo Fundo: Editora/UFP – Programa de Pós-Graduação em História. V. 3. N. 2 – dezembro/2002. p. 49 – 63.

*ANGELI, Heitor Lothieu. Crônicas do Oeste: História de Pioneiros. Maringá:Farroupilha, 1998.

*ASSIS, Dilermando Candido. Nas barrancas do Alto Paraná. São Paulo: Graphica Editora Paulo Pongetti e Cia., 1926. 420 p.

*BACILLA, Antonio.  O drama do mate. São Paulo, Editora Guaíra, s/data.

*BALHANA, Altiva Pilatti et alii.  História do Paraná.  2. ed.Curitiba : Gráfica Editora Paraná Cultural Ltda., 1969.

*BATISTA, Luiz Carlos. Brasiguaios na Fronteira: caminhos e lutas pela

*BORITZA, Rita. Os Conflitos Ocupacionais da Colonização de Assis Chateaubriand. Toledo: UNIOESTE, 1994. [Monografia de Especialização em História do Brasil].

*CABANAS, João. A Coluna da Morte. Rio de Janeiro: Livr. Ed. Almeida &

*CABEZA DE VACA, Alvar Nuñez. Naufrágios e Comentários. Porto Alegre: L&PM, 1999.

*CALLAI, Delair Augusta; Et. All. Repensando o Oeste do Paraná. Cascavel:Assoeste, 1983.

*CAMPIGOTO, José Adilçon. “Peabiru: para além do contexto”. In: LOPES,

*CAMPIGOTO, José Adilçon. Hermenêutica da Fronteira: a fronteira entre o Brasil e oParaguai. Florianópolis: UFSC, 2000.15

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*CASAGRANDE, Roberto Antonio. Igreja Católica e Companhias Colonizadoras na (re)ocupação da região Oeste do Estado do Paraná (1940-1970). Londrina: UEL/UEM, 2002.

*CATTA, Luiz Eduardo. O cotidiano de uma fronteira: a perversidade da modernidade. Florianópolis: UFSC, 1994. 175 p.

*CESCONETO, Eugênia Aparecida. Catadores de lixo: uma experiência da modernidade no Oeste Paranaense (Toledo, 1988/1999). Niterói: UFF, 2002. 150 p. 16

*CHMYZ, Igor.  Arqueologia e história da vida espanhola de Ciudad Real do Guairá.  Cadernos de Arqueologia.  Curitiba, ano I, n. 1 : UFPr, 1976.

*COLODEL, José Augusto Matelândia: história & contexto.  Cascavel : Assoeste, 1990.

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*COLODEL, José Augusto.  Obrages & companhias colonizadoras: Santa Helena na história do Oeste paranaense até 1960.  Cascavel : Assoeste, 1988.

*COLOGNESE, Silvio Antonio; GREGORY, Valdir; SCHALLENBERGER, Erneldo. Tupãssi: do mito à história. Cascavel: EDUNIOESTE, 1999.

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*EMER, Ivo Oss. Desenvolvimento histórico do Oeste do Paraná e a construção da escola. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991. 

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*FREITAG, Liliane da Costa. Fronteiras perigosas, migrações internas e a ocupação de um espaço vital: o extremo-oeste paranaense (1937-1954). São Leopoldo: UNISINOS, 1997.

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*GONZALEZ, Emilio. As Camadas da Memória: a produção de marcos memorialísticos na historiografia regional do Oeste do Paraná (Marechal Cândido Rondon 1950 œ 1990). In: Revista Tempos Históricos. Marechal Cândido Rondon: EDUNIOESTE, V. 5/6, 2004, p. 189-190.

*GREGORY, Lúcia Terezinha Macena. Imagens do Pioneiro: a colonização do Oeste do Paraná na fotografia. Niterói: UFF, 2002. 253 p.

*GREGORY, V. Colonização e fronteiras: o caso do Estado do Paraná. In: LOPES, Marcos A. (org.).  Espaços da memória: fronteira.  Cascavel : EDUNIOESTE, 2000.

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José Augusto Colodel
Historiador